Audiência Pública lança “Projeto Intersecção” em Marizópolis

A criação de um Fórum Permanente de Desenvolvimento da região – “Projeto Intersecção”, envolvendo as cidades de Marizópolis, Sousa, Cajazeiras, São João do Rio do Peixe, Nazarezinho e São José da Lagoa Tapada. Este foi o fruto da audiência pública realizada sábado, 10, na Câmara Municipal de Marizópolis, no Sertão do Estado, e que reuniu prefeitos, vereadores, deputados estaduais e pesquisadores.

A proposta compõe a Carta de Marizópolis (leia AQUI), documento formatado a partir das discussões da audiência e que será enviada ao Governo da Paraíba, à Assembleia Legislativa e aos parlamentares da Bancada Federal paraibana.

O jornalista marizopolense Heron Cid, idealizador da audiência, explicou que o objetivo do Fórum será construir iniciativas a partir dos pontos em comum entre esses municípios. “Queremos debater a criação de oportunidades consorciadas, que possam resultar em desenvolvimento integrado e gerar emprego, renda e riqueza para a região”, explicou.

O presidente da Câmara Osmar Vitalino, conduziu os trabalhos que contou com a exposição do ex-reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Thompson Mariz; do ex-secretário de Planejamento do Estado, Tárcio Pessoa; do reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Rangel Júnior; do diretor do Instituto Federal de Educação do campus de Sousa (IFPB), Francisco Cicupira e do ex-secretário do Orçamento Democrático de João Pessoa, Rômulo Oliveira.

O prefeito de Marizópolis, José Lins Braga, também esteve presente, ao lado do prefeito de Nazarezinho, Salvam Mendes, do prefeito de Brejo do Cruz, Francisco Dutra e de secretários municipais de Cajazeiras e Sousa.

A audiência contou com ainda a participação dos presidentes de quatro Frentes Parlamentares da Assembleia Legislativa: Eduardo Carneiro (Empreendedorismo e Desenvolvimento Econômico), Pollyanna Dutra (Semiárido), Lindolfo Pires (Cooperativismo) e Jeová Campos (das Águas), além do deputado Cabo Gilberto.

CARTA DE MARIZÓPOLIS

A Paraíba é um estado cujo produto de sua riqueza está 70% concentrado em
duas regiões metropolitanas, João Pessoa e Campina Grande. Os outros 30%
do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado está dividido nas outras regiões. Essa
anomalia revela muito sobre o olhar com que, ao longo da história, nossa
economia foi formatada, criando duas paraíbas: uma rica e uma pobre.

Essa lógica, além de concentrar o desenvolvimento e sufocar as pequenas
cidades, é a grande responsável pela dependência econômica estatal e o
acirramento político.

Por anos, assistimos os municípios menores ficando para trás, com suas
economias atrofiadas, sem receita, sem trabalho para o seu povo, sem
projetos, sem sonhos. Contudo, se as cidades pequenas não crescem, o
Estado não cresce, o País não cresce. O desenvolvimento é sistêmico e deve
ser para todos.

A ideia de desenvolvimento estadual deve levar em conta a interiorização
descentralizada, onde não apenas as cidades polos estejam no radar
econômico, mas também as pequenas cidades. Desconcentrar é gerar novas
oportunidades de emprego e é gerar riqueza.

Os municípios precisam integrar uma estratégia de desenvolvimento que
perceba as suas potencialidades. Apostando na realização de ações
colaborativas que sejam compostas por ações de logística, turismo e
sustentabilidade, como por exemplo, através de consórcios.

Neste sentido, sugerimos,após a realização de audiência pública realizada na
Câmara Municipal de Marizópolis, em 10 de agosto de 2019, a criação de um
Fórum Permanente de Desenvolvimento da região, o qual chamaremos de
“Projeto Intersecção”, envolvendo as cidades de Marizópolis, Sousa,
Cajazeiras, São João do Rio do Peixe, Nazarezinho e São José da Lagoa
Tapada. O intuito é construir pontos em comum entre esses municípios, para
dialogar sobre desenvolvimento integrado e novas oportunidades consorciadas.

Esta é a construção de uma nova realidade que vai transformar a economia da
nossa região. Realidade essa, onde as pessoas terão trabalho e renda, onde
jovens terão acesso ao primeiro emprego e onde a violência (tão comum em
áreas de grande desigualdade) não seja um fantasma que nos assombre
diariamente. Toda essa transformação, que vai valorizar nossos talentos e
potencialidades, deverá caminhar de mãos dadas com a preservação do meio
ambiente.

Que juntos possamos avançar para transformar realidades e que o novo futuro
seja construído a partir de agora, através de muitas mãos!

Marizópolis, 10 de agosto de 2019.