• 20/04/2019
  • por Resenha Politika

Governo e oposição traçam estratégias para a votação da Previdência

Governo e oposição traçam estratégias para a votação da Previdência

Após novo adiamento na votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, base e oposição preparam estratégias para a próxima terça-feira, 23, quanto o projeto de lei entrará novamente em pauta.

A base aliada vem trabalhando em acordos com os partidos do centrão, fundamentais para aprovação, mas que não estão satisfeitos com o parecer do relator Marcelo Freitas (PSL), que votou pela admissibilidade da proposta da maneira como foi enviada à casa legislativa. Tanto legendas da oposição como do centro consideram que há pontos inconstitucionais no texto enviado pelo governo.

 

A negociação já está sendo feita. Contudo, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL), ressalta que ainda não há consenso definido.

"Está em construção o que pode vir a ser alterado no parecer", declarou, pontuando que o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, está em contato com PP e PR para avaliar "o que o governo pode ajustar para poder chegar a um consenso e aprovar (o texto) juntos".

Para o deputado cearense Eduardo Bismarck (PDT), existem dois caminhos possíveis na terça-feira para o governo: apresentar novo parecer ou emendas supressivas ao parecer já apresentado. No primeiro caso, explica, será possível pedir vistas, e a votação seria adiada para, pelo menos, a próxima quinta-feira, 25.

Já no segundo caso, ele acredita que as emendas iriam suprimir o ponto que trata da desconstitucionalização da Previdência, o que poderia "apaziguar" deputados.

"Se o governo agradar o centrão, ele passa a proposta. A medida não vai ser colocada para ser votada se ela não tiver o apoio do centrão. O governo não vai perder na CCJ, ele vai adiar essa votação enquanto for necessário até ter os votos", explica Bismarck. Segundo ele, a votação não deve ocorrer na terça, porque a negociação "ainda vai precisar ser finalizada".

Correligionário de Bolsonaro, o deputado Heitor Freire discorda. "Estou muito confiante que a proposta vai avançar", diz. De acordo com Freire, a principal arma da base é "esclarecer dúvidas e mostrar que, sem a nova Previdência, o Brasil vai entrar em colapso em pouco tempo".

Líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL) também está confiante e garante que há cerca de 43 votos favoráveis à PEC na CCJ.

"Eu não teria tanta certeza como a deputada diante desse cenário", rebate Talíria Petrone (Psol). "Eu acho que hoje o governo não tem voto suficiente, (porque) o governo está vendo a necessidade de ajustes para garantir votos", aponta. Ela destaca que a oposição pretende continuar a obstruir na CCJ.(com agências)

O Povo