• 01/05/2022
  • por Resenha Politika

Saúde

Transtornos mentais estão entre os principais motivos de afastamento do emprego

Transtornos mentais estão entre os principais motivos de afastamento do emprego

Apesar da pandemia da covid-19 ter causado um surto de casos em todo o mundo, não foi a doença que mais afastou funcionários das empresas nos últimos meses. Um levantamento feito pela B2P, empresa de acompanhamento e gestão de funcionários afastados por razões médicas, apontou que os transtornos mentais ocupam 2º lugar no ranking e superam as ocorrências pelo vírus, que ficaram na quarta posição.
 
 
Neste domingo (1º), Dia do Trabalhador, a psicóloga do Sistema Hapvida, Carine Machado, explica que uma rotina de trabalho estressante pode contribuir para o desenvolvimento de uma série de doenças mentais, como ansiedade, depressão e a tão crescente síndrome de burnout.  Os transtornos são acompanhados de diversos sintomas que afetam a qualidade de vida e o rendimento no ofício. “Elas podem apresentar ansiedades, fobias, dores de cabeça, insônias, enjoos, sono excessivos e somatização em geral”, lista a especialista.
 
Em casos mais graves, o trabalhador pode apresentar dores generalizadas, dificuldade de acordar, sudorese, taquicardia, desmaio, memória em defasagem, enxaqueca e problemas intestinais.
 
Enquanto uma doença contagiosa como a covid-19 requer que o funcionário comunique os superiores, decidir contar ou não sobre transtornos mentais vai depender do empregado, que deve avaliar quanto a doença afeta sua produtividade.
 
“Se fosse uma doença física, como na coluna, e aquilo interferisse na rotina de trabalho, porque a pessoa carrega peso, é de bom tom que ela fale com quem deve ser falado para não se prejudicar. Da mesma forma acontece com os transtornos mentais. É uma forma também de buscar adequar a rotina de trabalho ”, exemplifica.  
 
Com o aumento de doenças mentais, as empresas também devem estar preparadas para lidar com o funcionário doente e até mesmo buscar criar um ambiente de trabalho mais leve, com mais empatia e menos tensão. “As empresas devem incentivar a gentileza, o respeito e o acolhimento. Ter cuidado com as cobranças e focar na valorização da pessoa, com reconhecimento e gratidão, o que gera a segurança e o bem-estar do funcionário”, avalia.
 
Para amenizar a pressão do trabalho e qualquer sintomas de desgaste emocional, Carine recomenda uma rotina de atividades após o expediente que vai servir para ‘desligar’ o colaborador de suas responsabilidades na empresa. As folgas também devem ser aproveitadas para interesses além do emprego. Caso as orientações não sejam suficientes, o acompanhamento médico é necessário. “É importante buscar ajuda psiquiátrica ou psicológica. Há casos que precisam de medicamentos e terapia para uma melhora”, apontou.

Pesquisa - Conforme o levantamento da B2P, em primeiro lugar em afastamento estão as doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, seguidas pelos transtornos mentais. Em terceiro lugar, as lesões e apenas em 4º, a infecção pelo novo coronavírus.  A pesquisa considera os afastamentos entre março de 2020 a março de 2021.