• 06/11/2018
  • por Resenha Politika

Brasília

Bolsonaro defende aprovação de aumento da idade mínima para servidor ainda em 2018

Bolsonaro defende aprovação de aumento da idade mínima para servidor ainda em 2018

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), defendeu ontem que seja aprovado ainda este ano algum passo, "por menor que seja", na Reforma da Previdência. Ele propõe a fixação da idade mínima para 61 anos para os homens e 56 para mulheres. O presidente prevê "majorar" em determinas carreiras que serão especificadas.

"Um grande passo, no meu entender, se este ano for possível, vamos passar para 61 anos (a idade mínima) o serviço público para o homem, 56 para a mulher, e majorar também o ano nas demais carreiras. Acredito que seja um bom começo para entrar no ano que vem já tendo algo de concreto para nos ajudar na economia", disse o presidente eleito em entrevista à TV Aparecida.

Segundo Bolsonaro, não se pode generalizar a fixação da idade mínima de 65 anos porque certas atividades são incompatíveis com a aposentadoria até mesmo aos 60, usando como exemplo os policiais militares do Rio de Janeiro. No projeto que está na comissão especial da Câmara dos Deputados, a idade mínima é de 65 anos para homens e 62 para mulheres. A proposta já foi aprovada na comissão especial, ainda tem de passar por outras instâncias na Casa.

Bolsonaro reiterou que o tema está entre as prioridades para o governo eleito. "Não adianta ter uma boa proposta previdenciária, se ela não vai passar na Câmara e no Senado. Queremos dar um passo, por menor que seja, mas dar um passo na Reforma da Previdência."

Questionado sobre ampliar, na legislação, as possibilidades de autorização para o aborto legal, Bolsonaro disse que sua prioridade é manter como está. "O compromisso que tenho é não deixar ampliar o aborto em hipótese alguma", disse. Mesmo sendo contrário ao aborto, destacou que há situações extremas em que é necessário reavaliar a posição. "Sou contra o aborto, mas a questão do risco de morte para a mãe é uma questão que fica difícil. Se não abortar uma gravidez tubária, a mãe vai morrer. Qual é a solução? É deixar acontecer? Peço a Deus que me ilumine para tomar uma decisão no tocante a isso, caso essa questão volte a ser discutida no plenário da Câmara e do Senado".

Jair Bolsonaro negou com veemência a possibilidade de recriação de um imposto nos moldes da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). A medida foi estabelecida pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1997, para financiar a saúde, a previdência e a erradicação da pobreza, e foi renovada até 2007 pelo governo Lula, por meio da Emenda Constitucional 42, promulgada em 2003."Não existe recriação de CPMF. Muito menos uma hipótese absurda dessas, uma CPMF de 0,9%. Porque no meu entender toda a cadeia produtiva é onerada mais de uma vez. Vai virar um inferno aqui o Brasil. Nós não queremos salvar o Estado quebrando o cidadão", afirmou em outra entrevista, concedida na tarde de ontem ao jornalista José Luiz Datena, da Band TV.

O presidente eleito disse que não é "questão de honra" mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém - o que descontentaria o mundo árabe, grande parceiro comercial do Brasil. Ele reafirmou que existe a vontade, mas a questão será discutida pelo próximo chanceler brasileiro, ainda não escolhido. "Todo mundo fala que nós não devemos nos meter nas decisões de outros países. Se Israel resolveu mudar sua capital de local, não sou eu que mudei. Você tem que respeitar. Agora, para mim não é motivo de honra", disse Bolsonaro.

O presidente eleito planeja se mudar para Brasília no período entre o Natal e o Ano-Novo, mas não definiu onde irá morar. O governo Temer colocou a Granja do Torto à disposição. Após a posse, em primeiro de janeiro, ele poderá morar no Palácio da Alvorada, residência oficial. Bolsonaro viaja à capital federal hoje e deve se encontrar com o presidente Michel Temer amanhã.

 

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