• 21/03/2022
  • por Resenha Politika

Brasil celebra pela primeira vez Dia Nacional da Síndrome de Down

Brasil celebra pela primeira vez Dia Nacional da Síndrome de Down

Nesta segunda-feira (21) é comemorado o Dia Mundial da Síndrome de Down e, pela primeira vez, o Brasil incluiu a celebração no calendário nacional. A lei que instituiu a data nacional foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no último dia 3.

A ideia do dia de conscientização foi da Down Syndrome International, entidade com sede no Reino Unido, em 2006. Mais tarde, em 2012, o evento foi reconhecido e oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A escolha da data não foi ao acaso: faz alusão à triplicação (trissomia) do cromossomo 21, condição genética que caracteriza a síndrome.

No Brasil, estima-se que cerca de 300 mil pessoas vivam com Down. Para cada 700 crianças nascidas no país, uma deve apresentar a trissomia, que, vale destacar, não é uma doença.

Entre as características associadas à condição genética estão olhos amendoados, estatura menor e a possibilidade de o desenvolvimento físico, mental ou intelectual ser mais lento. Por isso, a recomendação dos especialistas é que as crianças com Síndrome de Down sejam estimuladas desde o nascimento para que superem qualquer limitação que essa condição possa impor.

Socialização x Isolamento

A pandemia de Covid-19 foi um desafio ainda maior para a população com Síndrome de Down. Além de estarem no grupo de risco do coronavírus, o isolamento social impediu que algumas atividades fossem realizadas da maneira mais adequada pela pessoa com deficiência.

"Criança com trissomia precisa estar com outras crianças, precisa da parte visual, de mostrar letras grandes, coloridas. Geralmente os professores usam muitos recursos para atrair a atenção e estimular essas crianças, e [no modelo] online isso não era possível. Ainda mais com a máscara", explica a médica pediatra Cristiana Meirelles, especialista em Síndrome de Down. “Para a criança que estava começando a falar, e a gente sabe que o atraso de fala é muito comum, o uso da máscara atrapalhou muito. A criança não conseguia ler o lábio, entender um fonema, sem olhar para quem estava falando", completa.

O isolamento também afetou o bem-estar físico. Segundo Cristiana, pessoas com síndrome de Down têm tendência a ganharem peso, e a falta de exercícios físicos também pode ser um gatilho para alguns transtornos comportamentais.

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