• 24/09/2018
  • por Resenha Politika

Eleições 2018

Campanha de Haddad se divide sobre aceno ao centro antes do 2º turno

Campanha de Haddad se divide sobre aceno ao centro antes do 2º turno

A campanha do PT à Presidência da República está dividida a respeito do melhor momento para que o candidato Fernando Haddad faça um aceno ao eleitor de centro.

A ala mais ligada ao ex-prefeito de São Paulo defende que ele confronte o comando da campanha, principalmente a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e faça um aceno ao eleitor de centro antes do segundo turno.

Outro grupo, mais ligado à Gleisi, defende que não. Quer que Haddad espere todo o potencial de transferência de votos de Lula e, só em um segundo momento, promova o discurso de guinada ao centro. Nos bastidores, estes petistas classificam a estratégia como dois personagens para o mesmo candidato, em dois turnos diferentes: "Haddad 1" e "Haddad 2".

Os petistas que defendem que Haddad promova já a mudança alegam ao blog que esta será uma semana decisiva, que definirá o movimento dos eleitores que votarão no segundo candidato – o que deve enfrentar Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno.

Nas palavras de um aliado de Haddad, o candidato precisa tentar mostrar que uma eventual vitória do PT "não será o fim do mundo" para setores do mercado. Enquanto Bolsonaro "vai tentar absorver a inconformidade de eleitores conservadores que ficarão sem candidato".

Ou seja: O PT terá que ampliar o leque de apoio, diminuir a rejeição e convencer que pode ganhar no segundo turno.

 

Campanha tucana

 

Já no caso de Geraldo Alckmin, o candidato do PSDB, seguirá na estratégia de criticar na TV o PT e Bolsonaro. O QG tucano avalia que a rejeição anti-PT pode ajudar a campanha.

Assessores de Alckmin fazem um paralelo com a campanha de João Doria em 2016, ao atribuírem a vitória do tucano no 1º turno para a prefeitura de São Paulo como reação a uma onda pró-Haddad, a uma semana da eleição. O comitê de Alckmim avalia que, como não havia tempo para reagir à onda, Doria ganhou.

Agora, afirmam que a onda pró-Bolsonaro ocorreu quando faltavam três semanas da eleição – tempo que, para os tucanos, gera expectativa de que consigam reverter a tempo o movimento para conseguirem ocupar uma vaga no segundo turno, convencendo o eleitor de que Alckmin – e não Bolsonaro – seria o candidato anti-PT com chance de derrotar o adversário.

Andreia Saddi - G1

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