• 01/12/2018
  • por Resenha Politika

Politica

Ciro Gomes dispara críticas contra superministros

Ciro Gomes dispara críticas contra superministros

Ao tecer duras críticas às escolhas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para os ministérios, o candidato derrotado ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes (PDT), caracterizou a relação entre Paulo Guedes, futuro superministro de Economia, e Sérgio Moro, que ocupará o superministério da Justiça e Segurança Pública, como "filho de jabuti com macaco prego".

"A gente não sabe o que é que vem da cabeça do Paulo Guedes e do Sérgio Moro arbitrado pelo Bolsonaro", reforçou. Na opinião dele, o presidente eleito agirá como uma "espécie de relações públicas do governo", enquanto está "feudalizando" o governo em superministérios "com funções absolutamente estanques".

Ciro também criticou a maneira como as relações exteriores estão sendo tratadas pelo governo de transição. "É um negócio de doido. Com nove dias, já tem conflito com o Mercosul, conflito com a China e conflito com o mundo árabe", citou. Ele disse não ver qual o objetivo de mudar a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém e caracterizou de "pirado" o chanceler indicado por Bolsonaro. "Simples e puro despreparo, loucuras", definiu.

As afirmações foram feitas ontem durante palestra de encerramento da semana de workshops PfoR Ceará: Aprendizados e Novos Desafios, realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), em parceria com o Banco Mundial, no Centro de Eventos.

Mesmo com todas as críticas, Ciro afirmou estar torcendo para que tudo funcione para o novo governo. "É claro que eu torço, quero que dê certo, mas não é provável", aponta. Para ele, contudo, a eleição do capitão reformado não representa uma ruptura democrática, o que ele define como "o terror que o PT espalhou". "Não houve nenhuma ruptura com a democracia. Cabe vigiar, porque democracia não é um regime de concessão, é um regime de conquista", ressaltou.

Um dos nomes centrais de uma frente de oposição ao governo Bolsonaro, o pedetista afirma que não há intenção de isolar o PT, mas que a "meta é não deixar que o PT dê o tom da sua atitude desastrada, antinacional, antipública".

Sobre uma possível candidatura, Ciro diz acreditar ainda ser muito cedo. "Para quem conhece o Brasil como eu conheço, 2022 está tão longe, tão improvável, tão cheio de improbabilidade, impossibilidades e possibilidades", afirma.

O momento, segundo ele, é de "parar para pensar e fazer reflexões mais internas para entender como é que o pensamento progressista brasileiro se vulnerou ou vulnerou a sociedade civil brasileira a tal ponto para entrar uma coisa tão estranha quanto é o Bolsonaro".

"TOSCO"

Ciro afirmou que o governo de Jair Bolsonaro se baseia em um "direitismo tosco, rude". "O que nós estamos assistindo é uma agenda retrospectiva aos piores e mais obscuros tempos da Idade Média".

O Povo

 

 

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