• 23/12/2018
  • por Resenha Politika

Futebol

Eleição para presidência da Federação Paraibana de Futebol sob suspeita de fraude

Eleição para presidência da Federação Paraibana de Futebol sob suspeita de fraude

Em maio deste ano, um grande esquema de manipulação de resultados fez com que a Federação Paraibana de Futebol sofresse uma intervenção. Determinada pelo comitê de ética da CBF após a Polícia Civil e o Ministério Público desvendarem o esquema de corrupção, a intervenção deveria representar o início de uma reformulação na gestão da entidade paraibana. A chegada de funcionários do STJD e da CBF, porém, não surtiu o resultado esperado. Segundo especialistas e peritos, o que se viu foi uma série de novas irregularidades, o que terminou por levar Michele Ramalho ao cargo de presidente da Federação.

A descoberta das primeiras irregularidades ocorreu em abril, após a deflagração da Operação Cartola. A ação escancarou um grande esquema de manipulação de resultados na Federação, então presidida por Amadeu Rodrigues. O grupo criminoso comprava árbitros e tinha ramificação na Federação Paraibana de Futebol (FPF), Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (CEAF), Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD/PB) e contava também com dirigentes de clubes de futebol profissional da Paraíba e árbitros. Vários deles foram denunciados pelo Ministério Público e afastados do futebol, como o próprio Amadeu Rodrigues. O caso agora se desenrola na Justiça.

O Campeonato Paraibano foi uma das competições mais afetadas pelo esquema. Para tentar apagar a imagem ruim, a nova gestão da FPF realizou no dia 10 de dezembro uma grande festa de lançamento da próxima edição da competição. O evento contou inclusive com a presença do atacante paraibano Hulk, que defendeu a Seleção na Copa de 2014 e atualmente joga no Shangai SIPG, da China. Durante o evento, Michele Ramalho pregou modernização e transparência na entidade. O discurso, porém, não condiz com o que aconteceu nos bastidores do processo eleitoral, repleto de irregularidades, como fraudes documentais, compra de votos, ameaças e chantagens.

A campanha da dirigente começou em agosto, depois que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva suspendeu o então presidente da Federação Paraibana, Nosman Barreiro. Ele foi punido após criticar a CBF durante uma entrevista. No dia seguinte, o Treze-PB, time que Michele Ramalho já foi advogada, entrou com um pedido de intervenção da Federação Paraibana. Poucas horas depois, o presidente do Tribunal, Paulo César Salomão Filho acatou o pedido. Vale lembrar que Nosman Barreiro era vice-presidente e assumiu o cargo em junho, após o presidente Amadeu Rodrigues ser afastado após os desdobramentos da Operação Cartola. Houve, então, uma segunda intervenção.

Também alijado do cargo, Nosman Barreiro contestou a medida que, em sua opinião, foi tomada em uma velocidade fora do usual para o meio jurídico. Ele fez também uma denúncia. Segundo ele, o pedido do Treze-PB não teria sido assinado pelo então presidente do clube, Juarez Lourenço. A assinatura passou por um exame grafotécnico no Rio de Janeiro. O documento foi analisado pelo perito Marcelo Carneiro que fez avaliações semelhantes para os Tribunais de Justiça do Rio e São Paulo. A conclusão do relatório indica que a assinatura não teria saído das mãos do então presidente do clube. Lourenço, no entanto, garante que foi ele quem assinou.

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