• 11/11/2019
  • por Resenha Politika

Saúde Pública

Especialista fala dos perigos da não imunização da população e das ‘fake news’ sobre vacinas

Especialista fala dos perigos da não imunização da população e das ‘fake news’ sobre vacinas

Sete em cada dez brasileiros afirmam que já acreditaram em pelo menos uma notícia falsa sobre vacina. Isso é o que revela pesquisa sobre o alcance das ‘fake news’ sobre vacinas, encomendada ao Ibope pela Avaaz, ONG de mobilização social, e pela Sociedade Brasileira de Imunizações. Dados do Ministério da Saúde apontam que sete das oito vacinas obrigatórias na infância tiveram a cobertura aquém do esperado no ano de 2018.
 
A médica pediatra do Hapvida em João Pessoa, Nícia Aguiar, destacou o desserviço das fake news e os riscos que a não imunização provocam. “Não há motivos para se ter medo de aplicar as vacinas em crianças ou até mesmo no próprio adulto. As vacinas são seguras porque antes de serem comercializadas, passam por diferentes e rigorosos testes. Mesmo após a comercialização as vacinas continuam sendo regularmente monitoradas”, explica.
 
 Segundo a especialista, a queda no índice de imunização pode ser explicada por diversos fatores, além das notícias falsas, como, por exemplo, impressão de que doenças como sarampo e poliomielite foram eliminadas e não há mais necessidade de imunizar as crianças; dúvidas na hora de tomar uma vacina; e falta de informação. A pesquisa Ibope aponta ainda que 57% dos que não se vacinaram citaram um motivo relacionado à desinformação. E quase metade (48%) dos 2.002 entrevistados pelo país falaram que têm as redes sociais e os aplicativos como uma das principais fontes de informação sobre vacina.
 
Nícia Aguiar explica a relevância da saúde preventiva e como as vacinas se enquadram nesse processo. “A saúde preventiva preocupa-se em prevenir as doenças em vez de tratá-las. Para isso, utiliza-se de um conjunto de medidas e ações focadas na prevenção das doenças e manutenção da saúde e qualidade de vida. A vacina é a forma mais fácil e mais eficiente de se proteger de certas doenças causadas por vírus e bactérias. E, essa proteção não é apenas individual, mas também ajuda toda a comunidade a diminuir os casos de determinada doença”, afirmou.
Apesar de ser uma forma de prevenir algumas doenças, muitos pais ainda têm receio de vacinar os filhos pela questão das possíveis reações que estas podem provocar. Nícia Aguiar afirma que, segundo o Ministério da Saúde, os eventos adversos podem ser esperados e inesperados, e detalham quais são eles. “Entre os eventos esperados tem aqueles considerados leves que são febre, dor e edema local. Já os considerados graves são convulsão febril, síndrome hipotônica -hiporresoinsiva e choque anafilático. Estes são raros. Os eventos inesperados são aqueles que ainda não foram relatados em vacinas antigas ou recentes, ou aqueles que estão ligados a qualidade do produto”, explicou.
 
Dados – Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta que a cobertura da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) que estava estável e próxima a 100% no Brasil até 2014 caiu para 96,1% em 2015, 95,4% em 2016 e atingiu apenas 85% no ano passado.
 
A especialista ainda destaca que todas as vacinas são importantes, uma vez que é a maneira mais eficaz de prevenção de doenças infecciosas. “O importante é manter a caderneta vacinal atualizada de acordo com a idade, o grupo de risco e as campanhas vacinais. Mas, as vacinas consideradas obrigatórias de acordo com o calendário vacinal no Brasil são: BCG, Hepatite B, DTP + HIB, VOP, VORH, Pneumocócica 10 valente, Meningocócica C, Febre amarela e SCR”, lembrou e concluiu.
 

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