• 28/11/2024
  • por Resenha Politika

Brasília

Intuito golpista de Bolsonaro esbarrou na falta de apoio de parte do Alto Comando

Intuito golpista de Bolsonaro esbarrou na falta de apoio de parte do Alto Comando

inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a conspiração para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva traz provas e depoimentos que envolvem diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu entorno no Palácio do Planalto na trama. A investigação também dá pistas sobre alguns dos motivos que levaram o plano ao fracasso. O principal, pelo que se depreende da leitura das quase 900 páginas produzidas pela PF, foi a reação de boa parte do Alto Comando das Forças Armadas às propostas golpistas para melar o resultado das eleições de 2022.

Dois personagens do governo anterior incorporaram o sentimento legalista e enfrentaram a reação de colegas simpatizantes da ruptura institucional, de acordo com depoimentos que constam do inquérito: os comandantes da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, e do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes. Por causa dessa posição, foram alvos de campanhas difamatórias nas redes sociais, promovidas por altos oficiais envolvidos na trama — em especial, os ex-ministros da Defesa Braga Netto (que foi candidato à vice-presidente na chapa de Bolsonaro, em 2022) e Paulo Sérgio de Oliveira, que o sucedeu na pasta.

Segundo o inquérito, há evidências de que Braga Netto mobilizou milícias digitais para atacar não só Freire Gomes e Baptista Junior, como as famílias dos dois e outros militares que se opunham ao golpe. "Senta o pau no Baptista Junior, inferniza a vida dele e da família", escreveu o general em uma mensagem descoberta pela polícia. O comandante da Aeronáutica foi chamado, nessa conversa, de "traidor da pátria". Em depoimento à PF, Batista Júnior disse que precisou desativar todas as suas redes sociais devido aos ataques.

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