• 03/12/2019
  • por Resenha Politika

Opinião

Bolsonaro e Lula são “salafrários”, diz Lobão em exclusiva

Bolsonaro e Lula são “salafrários”, diz Lobão em exclusiva

João Luiz Woerdenbag Filho é o que se pode chamar de metamorfose ambulante. Conhecido pelo grande público como Lobão, o músico carioca apoiou o ex-presidente Lula em 1989. Sofreu represália da Globo por gritado e exibido o nome do petista, durante participação no Domingão do Faustão, no dia da eleição contra Fernando Collor. Posou para fotos com a camiseta do Movimento dos Sem-Terra (MST). Converteu-se em crítico contumaz dos governos petistas de Lula e Dilma. Assumiu protagonismo na cena política conservadora, seja em entrevistas, seja na publicação de livros, seja no papel de influenciador nas redes sociais. Em 2018, apoiou explicitamente a eleição de Jair Bolsonaro.

Menos de um ano após a posse de Bolsonaro, quem acompanha o Twitter e o canal de Lobão no YouTube já sabe que a posição do cantor em relação ao presidente já mudou radicalmente. Geralmente escritas em caixa-alta, as publicações do cantor e compositor contra o governo têm assumido cada vez mais tom ácido, como costumam ser suas opiniões. Para ele, Lula e Bolsonaro são dois "salafrários".

É esse o tom da entrevista que você verá a seguir, concedida por Lobão ao Congresso em Foco no último sábado, horas antes de um show em Brasília.

A mudança de opinião sobre Bolsonaro lhe rendeu a pecha de "traíra" por parte dos apoiadores do presidente. Resultou na inclusão da inusitada de seu nome na "lista de comunistas" que circula na internet, junto com a ex-líder do governo Joice Hasselmann (PSL-SP), a apresentadora de TV Rachel Sheherazade e a revista The Economist, um dos símbolos do liberalismo econômico mundial.

Lobão afirma que não se arrepende de ter votado no militar, já que a permanência do PT na Presidência por mais quatro anos, sem alternância de poder, seria ainda pior, na sua opinião. "Eu lutei 13 anos contra o PT, eu acho que o principal mal seria uma eleição do PT sem alternância de poder desde 2002, 2003, então, você ter o [Fernando] Haddad depois de tudo que passou é absolutamente inviável", explica.

Apesar disso, o músico é pura crítica ao atual governo. Para ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem já teceu elogios, é um "aventureiro" e faz uma gestão "desastrosa". O ministro da Justiça, Sergio Moro, virou uma "marionete". Os militares, que seriam mais esclarecidos, estão submissos ao presidente.

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