• 05/07/2019
  • por Resenha Politika

Governo Federal

Bolsonaro foi 'ingênuo', diz Paulo Guedes sobre acordo com policiais

Bolsonaro foi 'ingênuo', diz Paulo Guedes sobre acordo com policiais

ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou na quinta-feira, 4, o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, que tentou emplacar regras mais suaves na reforma da Previdência para policiais federais, rodoviários federais e legislativos. Segundo ele, o presidente tem bons princípios, mas tem "uma ingenuidade ou outra", como nesse caso.

"Eu tenho convivido com o presidente e não vejo um milímetro de comportamento dele que fosse (...), a não ser uma ingenuidade ou outra, uma coisa ou outra tipo: 'Não dá para ajudar aquele ali não?' Como ocorreu agora com a Previdência. E eu disse: 'Presidente, é o Congresso que está com a reforma, jogo que segue, a bola está com eles'", disse, em evento promovido pela XP Investimentos em São Paulo.

O ministro disse acreditar que a reforma da Previdência será aprovada no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar, que começa no próximo dia 18. "Eu confio no Congresso brasileiro", disse. Ele garantiu ainda ter o apoio de lideranças do Congresso, citando os nomes do presidente da Comissão Especial da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), do relator da reforma na comissão, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). "Ao contrário do que se diz por aí, nós temos o apoio (deles)", disse.

Guedes chegou a afirmar na quarta que há potência fiscal suficiente na reforma da Previdência para tentar "lá na frente" criar o regime de capitalização no Brasil. Pelo modelo, as contribuições vão para uma conta individual, que banca os benefícios no futuro. "O primeiro movimento foi conseguir potência fiscal na reforma, e há potência fiscal suficiente para tentarmos lá na frente de novo migrar do regime de capitalização."

No entanto, a economia de R$ 1,071 trilhão do parecer aprovado ontem na Comissão Especial, e comemorada pelos investidores, deve sofrer desidratação com os ajustes que terão de ser feitos nas negociações para a primeira votação no plenário da Câmara, prevista para ocorrer na semana que vem. As bancadas ruralista e da bala querem alterações para manter o fim das isenções às exportações agrícolas e suavizar as regras para policiais federais, rodoviários federais e legislativos.

'Número mágico'. Embora, publicamente, a equipe econômica esteja mantendo o discurso de que o "numero mágico" de R$ 1 trilhão será mantido, nos bastidores, o que se espera é uma redução da economia para R$ 850 bilhões.

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