• 20/03/2021
  • por Resenha Politika

Pandemia

Busca por máscaras PFF2 dispara, e grupos cobram distribuição no SUS

Busca por máscaras PFF2 dispara, e grupos cobram distribuição no SUS

piora acentuada nos índices de contaminação e mortes por Covid-19 no país durante a segunda onda da pandemia levou a um aumento na procura por novas formas de proteção. As tendências de buscas do 'Google Trends' mostram um pico de pesquisa dos termos "máscara N95" e "máscara PFF2" entre o final de fevereiro e as primeiras duas semanas de março.

As duas nomenclaturas se referem ao mesmo produto, como explica a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo. O termo PFF2 (Peça Facial Filtrante) é utilizado pelos órgãos reguladores no Brasil para descrever os equipamentos de proteção com filtragem superior a 95% - é a N95, nomeada assim pelas agências norte-americanas e europeias.

As tendências da internet refletiram em procura por esses produtos nas distribuidoras, como conta Renato Joiozo, gerente de novos negócios da Descarpack, uma das maiores produtoras e distribuidoras de material cirúrgico e descartável do país. 

“A maior procura por PFF2 foi nos últimos 30 dias”, conta Joiozo. Desde o início da pandemia, a empresa viu a demanda por esse tipo de máscara disparar e, por isso, quadruplicou a produção. “A máscara correta, que vai evitar que você se contamine, é a PFF2. As pessoas, de uma forma geral, têm se conscientizado um pouco mais e isso aumenta a demanda por esse material. Nós aumentamos a capacidade de produção para atender a esse volume.” 

Segundo o gerente de novos negócios, o aumento da produção quase não é suficiente para atender à procura, que faz com que o estoque opere em níveis muito baixos desde o início da pandemia. Apesar da busca crescente por seus produtos, a empresa afirma que a penetração entre os consumidores finais ainda é baixa. 

Não é o caso da Hospitalar Distribuidora, empresa localizada em Presidente Prudente. Rafael Araújo, farmacêutico e gerente de vendas, notou um aumento importante das vendas de máscaras filtrantes especialmente entre pessoas físicas, um público que não estava acostumado a atender. “Antigamente quase ninguém tinha necessidade de usar essa máscara.”

Assim como a Descarpack, a Hospitalar Distribuidora opera há mais de um ano com poucos produtos no estoque. Segundo Araújo, durante os primeiros meses da pandemia houve queda acentuada na distribuição de máscaras PFF2/N95, o que gerou escassez e um rápido desabastecimento. Porém, este não é o cenário atual.

“Não há indício de desabastecimento. Muitas indústrias foram criadas para atender à demanda nacional. Antes, boa parte do material vinha da China, mas hoje só utilizamos fornecedores nacionais. Temos, em média, 20 fornecedores”, afirma. "No início da pandemia houve um período curto de desabastecimento, mas foi rapidamente suprido. O problema é que foi suprido com um preço muito mais alto". Uma N95 confiável custa entre R$15 e R$40.

Nas redes

A epidemiologista Ethel Maciel afirma que as particularidades protetivas das máscaras PFF2/N95 justificam o aumento da procura por esses produtos. Segundo a pesquisadora, a alta demanda é válida e deveria ser estimulada para proteger a população. 

“O governo poderia baixar os impostos dessa máscara ou distribuir no Sistema Único de Saúde (SUS) para que todos possam ter acesso. Nossa luta tem de ser essa: máscaras filtrantes no SUS, para toda a população, principalmente para a população que precisa andar no transporte coletivo”, diz a cientista. "É importante estimular o uso porque essa máscara é muito eficiente e protege, inclusive, contra as novas variantes. A recomendação é de que todos deveriam usar.”

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