• 21/04/2019
  • por Resenha Politika

Filme

Com três atores de Cajazeiras, ‘Bacurau’ é selecionado para competir no Festival de Cannes

Com três atores de Cajazeiras, ‘Bacurau’ é selecionado para competir no Festival de Cannes

cinema brasileiro está em festa com a notícia de que Bacurau, novo filme de Kleber Mendonça Filho (Aquarius; O Som ao Redor) e Juliano Dornelles, está na seleção oficial competitiva do Festival de Cannes, o maior da sétima arte no mundo. A Paraíba também tem motivos para comemorar, já que seis atores daqui estão na produção.

Jamila Costa, Ingrid Trigueiro, Thardelly Lima, Buda Lira, Suzy Lopes e Danny Barbosa representam nosso estado em meio a um elenco numeroso e diverso, englobando atores de estados como Ceará, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, dentre outros.

A sinopse oficial divulgada pelos realizadores é breve e ainda não há muita informação disponível na internet. No momento em que essa matéria for publicada, Kleber e Dornelles estão trabalhando em uma rotina de dez horas diárias para finalizar o filme.

Bacurau é descrito como um western brasileiro e um filme de aventura e ficção científica ambientado em um futuro próximo. No pequeno distrito de Bacurau, a morte de uma das anciãs da comunidade, aos 94 anos, gera comoção.

Dias após seu funeral, os habitantes da cidade percebem que há algo muito estranho: a cidade não aparece mais em nenhum mapa. Nomes como Sonia Braga, Silvero Pereira e do alemão Udo Kier estrelam a produção.

Nos trechos de divulgação, divulgadas para a imprensa ontem, Suzy Lopes aparece interagindo com a atriz Karine Teles (Que Horas Ela Volta?; Benzinho), explicando que “bacurau” é o nome de um pássaro noturno, que todos acreditam estar extinto, mas que continua vivendo naquela comunidade. “Essa foi minha cena do teste, que fiz aqui em João Pessoa. Depois, fui chamada para integrar o elenco. Foi um processo muito intenso, transformador, de muita descoberta”, declara a atriz.

Quem também tem muitos motivos para comemorar é a atriz Danny Barbosa. Com experiência no teatro ao longo dos últimos 20 anos, ela passou a participar de curtas e longas-metragens desde 2016, estrelando produções como Hosana nas Alturas, de Eduardo Varandas, e Seu Amor de Volta (Mesmo que Ele Não Queira), de Bertrand Lira.

Como a própria faz questão de salientar, ela é a primeira atriz transexual paraibana a estar em uma produção no Festival de Cannes.

Sua chegada ao elenco de Bacurau como Darlene se deu por conta de um dos produtores do filme ter visto seu desempenho em Sol Alegria, filme do paraibano Tavinho Teixeira. “Ele disse que viu potencial em mim e convenceu os diretores, Kleber e Juliano, a modificarem a personagem, originalmente cis, para uma trans. Eles toparam e gostaram do meu trabalho, algo que me deixa muito feliz”, explica.

Essa felicidade é compartilhada por Ingrid Trigueiro. Ela destaca a segurança da direção a quatro mãos na hora da execução do trabalho. “Kleber e Juliano sabem muito o que querem, nos orientam de uma forma que nos deixa muito livres para atuar”, relata a atriz.

Thardelly Lima, em plena circulação pelo Norte do país com seu grupo de teatro, o Ser Tão Teatro, para um pouco para falar sobre Bacurau e sua participação nele. Sem poder contar muita coisa do enredo, ele resume seu personagem como um prefeito que lembra muito os clãs de políticos que estamos acostumados a ver no Nordeste.

O ator acrescenta que o filme está sendo lançado no momento preciso. “É incrível como ele dialoga com o que está acontecendo no Brasil atual. Acredito que ele irá fazer muito barulho”, pontua.

BRASIL GANHOU UMA PALMA

24 filmes brasileiros ou estrangeiros dirigidos por brasileiros concorreram ao prêmio principal de Cannes. 22 deles à Palma de Ouro, e dois antes da Palma ser instituída. O Pagador de Promessas, em 1962, foi nossa única vitória.

Em outras categorias do júri principal, alguns desses filmes conseguiram reconhecimento. Em 1953, O Cangaceiro ganhou na categoria de melhor filme de aventura.

Em 1969, Glauber Rocha ganhou o prêmio de melhor direção por O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro.

Por duas vezes o prêmio de melhor atriz veio para o Brasil: em 1986, Fernanda Torres ganhou por Eu Sei que Vou Te Amar; e em 2008, Sandra Corveloni foi a escolhida, por Linha de Passe. E em 1985, o americano William Hurt ganhou em O Beijo da Mulher-Aranha, dirigido por Hector Babenco. Que Bacurau entre para esse grupo.

Correio da Paraíba

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