• 30/07/2021
  • por Resenha Politika

Pandemia

Covid-19: por que é importante tomar a segunda dose da vacina

Covid-19: por que é importante tomar a segunda dose da vacina

Completar a imunização contra a covid-19 é um dos passos para que a pandemia causada pelo novo Coronavírus, o Sars-CoV-2, chegue ao fim. Apesar de o ritmo da vacinação ter se acelerado durante as últimas semanas na capital, quase sete meses depois da primeira pessoa vacinada no Distrito Federal, o grau de imunização coletiva ainda está no caminho de ser alcançado e muitas pessoas que tomaram a primeira dose das vacinas não voltaram aos postos para completar a proteção contra o vírus. Tomar apenas uma dose nos esquemas vacinais que exigem dose dupla de vacinação (usada em todas as vacinas, exceto a do laboratório norte-americano Janssen, de dose única) pode colocar em risco não apenas a vida de uma pessoa, mas de muitos ao seu redor.

“O indivíduo que toma apenas uma dose não recebe o reforço, atingindo uma proteção menor e por menos tempo, sobretudo contra as formas graves e críticas da doença”, afirma a médica Dra. Lívia Gomes, referência técnica distrital em infectologia da Secretaria de Saúde do DF. Com isso o impacto não é apenas individual, mas também coletivo. “Com mais pessoas sem a imunização completa, haverá maior facilidade para manutenção da transmissão do vírus, sobretudo de cepas virais mais agressivas - variantes de preocupação (VOC)”, explica a médica que ainda adverte a população a respeito da alta transmissibilidade da variante Delta. 

No último final de semana, em três dias de mutirão, o DF registrou recorde de vacinação. A capital vacinou 135 mil pessoas. Até o final desta terça-feira (27/07), foram registrados o total de 1.265.625 pessoas que já tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 em Brasília. Deste total, 479.762 pessoas completaram o esquema de vacinação tomando as duas doses da vacina. O total de pessoas que tomaram a vacina de dose única foi de 50.858 pessoas. Os dados do número de vacinados na capital são atualizados diariamente pela Secretaria de Saúde, para saber basta consultar o Vacinômetro, que é atualizado todos os dias às 19h30. Clique na imagem para ver a atualização:

Segundo a pasta responsável pela saúde do DF, na capital não é preciso agendar para tomar a segunda vacina. “Basta comparecer ao posto de vacinação na data marcada no cartão, quando da aplicação da primeira dose. É preciso apresentar o cartão onde está registrada a data de aplicação da primeira dose e o fabricante da vacina”, afirmou em nota. O atendimento do público que já tem reforço previsto no cartão de vacinação ocorre em 54 postos (clique aqui para acessar endereços).

 

A importância da 2ª dose

Um fato que comprova a importância de tomar a segunda dose da vacina é a queda do número de mortes por idosos e a diminuição do número de pacientes com a forma grave da doença. Segundo a médica infectologista do Hospital de Base (HBDF), designada pela Secretaria de Saúde para atuar em ações de prevenção, quadro clínico e casos suspeitos de Coronavírus no DF, “houve expressiva redução no número de pacientes acometidos com formas graves e críticas, consequentemente de internações e de óbitos, principalmente entre os mais idosos que já conseguiram completar o esquema de duas doses”.

Questionada sobre a taxa de transmissão do vírus e como avalia a evolução da vacinação em Brasília, a Secretaria informou que vem registrando queda nas internações de idosos nas UTIs voltadas ao tratamento do covid-19. “Até o início de julho, todas as faixas etárias acima de 60 anos apresentaram queda nas internações a partir do mês de maio. Em pouco mais de cinco meses a SES-DF vacinou mais de 100% da população com mais de 70 anos com a primeira dose, percentual que foi ultrapassado com a imunização no DF de pessoas de outros estados. A redução (de casos e mortes) está diretamente associada ao início da vacinação”, respondeu a pasta.

A proteção gerada contra o Sars-CoV-2 pela vacinação é normalmente medida por anticorpos. Segundo experimentos recentes, cientistas constataram maior número de anticorpos em vacinados com a segunda dose de imunizantes contra a covid-19 do que em infectados. A pesquisa foi apresentada no início do mês de julho no 31° Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID).

 

Ação e intervalo entre vacinas

No Brasil, atualmente estão disponíveis e licenciadas vacinas de quatro fabricantes, elas são de três tipos: Vírus inativado (Coronavac), Vetor viral (Astra Zeneca e Janssen) e vacinas de RNAm (Pfizer). “Um dos princípios da imunização é a indução da memória imunológica. Quando o indivíduo recebe uma vacina, o sistema imunológico é ativado, gerando células de memória. Estas células são responsáveis em proteger o indivíduo, caso infectado pelo vírus de verdade, provocando uma resposta imunológica ainda mais intensa, mais rápida e específica do que aquela desenvolvida na ocasião da vacina”, explica a Dra. Lívia.

Com exceção da vacina da Janssen, que é de dose única, cada uma delas possui um intervalo cientificamente testado de melhor eficácia comprovada após se tomar a segunda dose. “Os estudos realizados para as demais vacinas foram feitos com aplicação de duas doses, portanto a eficácia prometida só é atingida com o esquema completo de duas aplicações. A segunda dose aumenta a proteção e ajuda a prolongá-la”, conta a Dra. Lívia. 

 

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