- 28/09/2019
- por Resenha Politika
LUTO
“Meu adeus a Big Boy”, por Fabiano Gomes
Dificilmente a terra que ensinou a Paraíba a fazer rádio formará alguém tão completo como Olivan Pereira.
Big era multifuncional: fazia programa jornalístico com uma pitada de humor sensacional. Era coisa de louco!
De dez rádios ligados, onze estavam a esperar pelo Boca Quente.
O programa era policial, mas Big nunca arranjou um inimigo que seja…
Aliás, o único inimigo que ele teve na vida foi a diabetes, que primeiro lhe tirou as pernas e agora a vida.
Big era daquelas raras criaturas que conseguia se dar bem com todo mundo. E era, de verdade, um humorista nato.
São incontáveis – incontáveis mesmo – as vezes que íamos para o mesmo circo, quando o Babalu se instalava na cidade. Se o circo passasse 90 dias, Big iria 91.
Voltando ao profissional do rádio, vou dizer porque era completo: além de apresentar o Boca Quente, Big era um locutor musical de mão cheia.
O domingo do rádio, também na difusora, era um sucesso. E como se fosse pouco, a tarde estava Big no estádio Perpétuo Correia Lima como repórter de pista, dando mais uma vez seu show.
Quando coloquei no ar a Mais FM, o primeiro profissional no meu radar foi o Big. Fui seu último “patrão”. Serei para sempre seu amigo.
Desde 2008, quando me mudei para cá, não houve uma só vez que não parei na gostosa calçada de Big – lá nos falávamos de Deus e do mundo, inclusive de nós mesmos.
Na despedida tão dolorosa, sei que precisaremos fazer das tripas coração. Pois seu velório e enterro não podem ter tristeza.
Big era um homem alegre, feliz em todos os momentos da vida, inclusive nos piores.
Um conselho? Levem um palhaço para animar o velório. Chamem Babalu, o palhaço mais amado por Big Boy. Definitivamente, a tristeza – nem no seu próprio velório – vai combina com ele.
Vai ser feliz além, irmão!