• 17/05/2020
  • por Resenha Politika

Pandemia

Respiradores comprados pela União atrasam, e só 3,6% chegam aos estados

Respiradores comprados pela União atrasam, e só 3,6% chegam aos estados

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o aparelho mais requisitado do mundo encontra dificuldades para chegar aos hospitais públicos do país. Dos 15.300 respiradores comprados pelo governo brasileiro, só 557 foram entregues aos estados até o momento: 3,6% do total previsto.

Os contratos, disponíveis no site do Ministério da Saúde, mostram negociações fechadas com quatro empresas brasileiras. A maior compra, de 6.500 respiradores, a um custo de R$ 322 milhões, se deu com a Magnamed Tecnologia Médica, de São Paulo. Só em abril, o governo informou que a empresa entregaria dois mil aparelhos. Mas até agora, o governo informa que menos de 150 foram disponibilizados. 

A dificuldade em produzir os respiradores está relacionada ao mercado externo. O superintendente da Abimo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Dispositivos Médicos), Paulo Henrique Fraccaro, explica que a cadeia de suprimentos é internacional.

Com uma demanda mundial, os preços mudam a todo momento, e a China, principal fabricante de componentes, só está aceitando pagamentos à vista. “Um dos ítens mais importantes na fabricação dos ventiladores são as válvulas de controle de fluxo do ar. Essas válvulas têm dois, três fabricantes. Um fica nos Estados Unidos, que proibiram a exportação dessa válvula. Na China, dois fabricantes estão com a produção totalmente voltada para atender o parque chinês. E aí começou uma loucura de preços. Essa válvula, que antes da pandemia custava 50 dólares, hoje pra você furar essa fila ela está custando de 700 a 900 dólares. E mesmo assim com prazo de entrega de 15, 20 a 30 dias", disse Fraccaro. 

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