• 06/12/2022
  • por Resenha Politika

Saúde

Masculinidade tóxica: medo do exame de próstata atrapalha a prevenção

Masculinidade tóxica: medo do exame de próstata atrapalha a prevenção

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil teve quase 66 mil novos casos de câncer de próstata entre 2020 e 2022 1 . Porém, quanto mais se estuda o câncer de próstata, mais se conclui que seus agravantes são tão sociais quanto fisiológicos.

O famoso ideal de masculinidade que tantos homens carregam, principalmente os acima dos 50 anos e justamente aqueles com maior risco de ter a doença, desorienta os pacientes antes, durante e depois do tratamento.

De acordo com pesquisas 2 , 34% dos homens acreditam que o exame retal – principal identificador da enfermidade – afeta a sua masculinidade. Muitos deles associam invulnerabilidade com masculinidade. O receio de fazer exames preventivos e descobrir
essa ou outras doenças é o maior motivador de um comportamento de negligência que muitos homens têm em relação à sua própria saúde.

Há pelo menos sete estudos nacionais e internacionais que ressaltam como a autoimagem do homem muda após a confirmação do câncer de próstata 3 -10 . O medo da doença o faz questionar seu papel masculino frente à família, às companheiras ou companheiros, aos amigos e aos colegas de trabalho.

Como consequência, sua qualidade de vida cai drasticamente e, além da doença em si, tem de enfrentar barreiras psicológicas. Finalmente, com a doença controlada, podem surgir receios – agora das consequências do tratamento, que, em alguns casos, envolve desde perda de vigor físico até disfunção erétil.

Muitos homens creem que somente o órgão peniano os define como indivíduos da sociedade. Muitos acreditam que um problema na genitália é uma sentença de morte. É necessário se libertar de uma vez por todas dessa crença que nos aprisiona há séculos.

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