• 10/12/2018
  • por Resenha Politika

Violência

Myriam Gadelha rebate Tyrone: "Tenho responsabilidade ética não só comigo, porque essa história não é só minha"

Myriam Gadelha rebate Tyrone: "Tenho responsabilidade ética não só comigo, porque essa história não é só minha"

A advogada Myriam Gadelha revelou, nesta segunda-feira (10), detalhes da agressão sofrida pelo seu ex-companheiro, o prefeito do município de Sousa, Fábio Tyrone. Em entrevista ao programa Correio Debate, da rádio 98 FM/Correio Sat, ela revelou ter sido espancada por ele e lamentou que o gestor esteja concedendo entrevistas em emissoras da cidade assumindo o papel de vítima, que é dela e não dele.

“Me deu muitos socos. A partir do carro que a gente voltava da festa ele já puxou meu brinco, deu um tapa na minha cara, como estava no carro fiquei com medo. Ele me trancou dentro do carro, ele me empurrou, me jogou no chão e me chutou muito, e todas as vezes que eu tentava me levantar ele me jogava no chão. Em São Paulo a gente foi a um casamento e ele me puxou com força pela mão e me empurrou e pegou no meu pescoço Mas ele bebe muito e no dia seguinte me convenceu que isso tinha sido porque tinha bebido”, contou Myriam.

Alerta às mulheres

Myriam esclareceu que tinha decidido não falar publicamente sobre o fato, ainda, mas que é preciso tornar a violência pública para que o caso encoraje outras mulheres que, assim como ela, já sofreu agressão do companheiro. “Estou fisicamente e emocionalmente muito machucada, está sendo muito difícil, mas eu me sinto na obrigação de falar, tenho responsabilidade ética não só comigo, porque essa história não é só minha. Isso aconteceu comigo. E é um dever meu mostrar a verdade e de muitas mulheres e mostrar tudo que a gente passa, como querem colocar a gente como um apêndice!”, alertou a advogada.

Agressão física e psicológica

As agressões de Tyrone, contudo, não ficavam só na parte física, como relatou Myriam. Segundo ela, a violência psicológica também era constante. “Ele sempre tentou controlar meu comportamento, porque na concepção dele a mulher é responsável pelo que ele chama de ‘sagrado feminino’ que é o lar, qualquer comportamento meu que destoasse disso gerava conflito. A concepção dele é que as mulheres devem falar pouco, falar apenas com mulheres, que não devem rir alto, que não devem beber, mulher devia se reservar, que eu já era bonita demais pra chamar atenção com conversa”, disse.

A advogada continuou: “existe uma violência psicológica muito grande, um abuso psicológico. Ele me chamava de louca, dizia que eu que provocava e isso altera nossa percepção da realidade. Dizia que eu nunca ia achar homem como ele, isso tira a sanidade da gente, mesmo uma mulher engajada como eu, me deixei levar por essa falta de percepção”, lamentou.

Queixa à polícia

Myriam Gadelha confirmou ter formalizado uma queixa à polícia contra a agressão na mesma noite que ela aconteceu. “Prestei queixa sim quando ele saiu de casa, meu irmão estava aqui e o forçou a ir embora e tiramos ele da minha casa eu fui à delegacia acompanhada de meu irmão e de uma amiga minha e prestei queixa. Fiz exame de corpo delito. A princípio não queria me expor, a gente se sente acuada, acovardada.

Portal Correio

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