• 11/10/2019
  • por Resenha Politika

Direito

Encontro da Advocacia do Sertão debate inovação, empreenderorismo e administração pública

Encontro da Advocacia do Sertão debate inovação, empreenderorismo e administração pública

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) iniciou, na manhã desta quinta-feira (10),  o III Encontro Nacional da Advocacia do Sertão. O evento, que reúne advogados e advogadas de todas as regiões do Brasil, acontece na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC), Sertão paraibano.  A abertura do encontro foi feita pelo vice-presidente da OAB Nacional, Luiz Viana, e pelo presidente da OAB-PB, Paulo Maia. 

O objetivo do evento é promover a discussão de temas voltados aos advogados do Sertão; possibilitar a reflexão acerca dos novos paradigmas da advocacia; difundir entre os participantes a cultura e o resgate histórico dos advogados do Sertão; e debater as ações que envolvem, atualmente, os desafios e adversidades vividos pela advocacia sertaneja, dentre outros. 

No período da tarde, foi realizado o painel 1 - Inovação e Empreendedorismo: a Advocacia do Futuro do Sertão ao Litoral, que teve como palestrantes os advogados Tamíride Monteiro Leite (Conselheira Seccional e Presidente da Comissão de PJe da OAB-BA) e Wilson Sales Belchior (Conselheiro Federal da OAB). O presidente do painel foi Fred Igor Batista Gomes (Presidente da Subseção da OAB de Patos-PB) e relatora Laryssa Almeida (Diretora Tesoureira da OAB-PB). 

No primeiro painel, a conselheira seccional e presidente da comissão de PJe da OAB-BA, Tamíride Monteiro Leite, chamou a atenção para a necessidade de a advocacia estar em sintonia com o advento das novas tecnologias sob risco de alijamento. Ela defendeu energicamente que os profissionais nunca interrompam seus estudos. “O mundo do Direito mudou. O paradigma mudou. A forma de peticionar mudou, a forma de fazer provas, até a maneira de montar um escritório mudou. Hoje podemos carregar um escritório numa mochila. É preciso acordar. A advocacia precisa se renovar. É preciso ver a advocacia de uma forma mais ampla. Renovar, inovar, empreender e sair da zona de conforto. Estudem essas novas tecnologias”, disse ela.  

A diretora-tesoureira da OAB-PB, Laryssa Almeida, lamentou o fato de haver pouco estímulo à atividade advocatícia nas faculdades de Direito. “As graduações hoje, infelizmente, ensinam conteúdos voltados para concursos públicos e pouca importância substancial é dada à essência do Direito, que é o exercício da advocacia. É aí que está o empreendimento, a inovação, o verdadeiro giro de oportunidades da advocacia. O advogado é, na sua essência, um empreendedor. A compreensão de gestão de pessoas e financeira é parte primordial de todo o processo. É necessário ter o bom Direito na ponta da língua, mas identificar oportunidades também é importante”, afirmou. 

O conselheiro federal Wilson Sales Belchior falou a respeito dos impactos das novas tecnologias numa perspectiva ligeiramente diferente daquela observada por Tamíride. Ele afirmou não acreditar que a inteligência artificial vá acabar com o advogado, mas que mudará a forma de exercício da advocacia. Segundo ele, o mercado vai ficar muito mais competitivo com algumas atividades migrando para o mercado de formação tecnológica. Ele aproveitou para criticar a qualidade do ensino do Direito diante deste panorama. “O ensino jurídico não está acompanhando o movimento necessário para a atualização adequada dos bacharéis em Direito. A proliferação de informação gratuita, por exemplo, transformou a advocacia numa commodity. O cliente que vai procurar a advocacia já sabe os seus direitos”, disse ele.

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