• 06/03/2023
  • por Resenha Politika

Cadeia Produtiva

Governo da PB treina produtores rurais para expansão da cultura do caju no Sertão

Governo da PB treina produtores rurais para expansão da cultura do caju no Sertão

A cultura do caju passou a ganhar novas áreas na Paraíba, especialmente no Sertão, com a execução pelo Governo do Estado do Programa de Recuperação, Expansão e Fortalecimento da Cajucultura, que agora entra em nova fase com o treinamento de técnicos e produtores para iniciar a distribuição de mudas. O objetivo é o fortalecimento da cadeia produtiva dessa cultura que vai possibilitar surgir oportunidades de trabalho no campo e a geração de renda para famílias agricultoras.

Executado pela Secretaria da Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, em parceria da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural, Regularização Fundiária (Empaer), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, o Programa de Recuperação, Expansão e Fortalecimento da Cajucultura começou a treinar técnicos e produtores rurais sobre o cultivo do caju, tendo em vista que, seguindo o calendário agrícola, a distribuição das mudas deve acontecer a partir do próximo mês. 

A recuperação da cultura do caju, com a introdução de variedades que apresentam boa produtividade e aceitação no mercado, é uma ação desenvolvida em todos os municípios paraibanos, com distribuição de 1 milhão de mudas entre agricultores familiares. A produção de mudas conta com recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação à Pobreza (Funcep). As prefeituras municipais serão parceiras neste projeto.

Capacitação - Durante dois dias, na semana passada, foram ministrados cursos de capacitação para técnicos e agricultores familiares interessados no cultivo de caju no Perímetro Irrigado das Várzeas de Sousa. As práticas foram ministradas pelos pesquisadores Pedro Paulo Bezerra da Silva e Ivonete Berto Menino, com o acompanhamento do diretor de Pesquisa Agropecuária, Aderval Monteiro Valença Dias.

O programa contemplará os agricultores familiares com a distribuição de mudas de caju, cultivar BRS-226, de alta produtividade, que tem maior resistência à seca, a algumas pragas e doenças de maior incidência no cajueiro. Na primeira etapa do programa, serão disponibilizados para a região do Sertão um total de 210.312 mudas para o plantio em módulos rurais de até dois hectares, atendendo às famílias agricultoras, assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas, mulheres e jovens rurais, entre outros, em quantitativo de 20 famílias por municípios. 

A cajucultura é uma das atividades de grande valor econômico e social para o Nordeste. Sua importância social é caracterizada pela geração de emprego e renda para a população rural durante a estação da seca. Do caju tudo se aproveita: o suco, o bagaço, a castanha, a casca da árvore, as folhas, as flores e a madeira. Do suco, prepara-se um refresco ou o fermentado vinho de caju.

Outras regiões também têm demonstrado interesse em participar do Programa de Recuperação, Expansão e Fortalecimento da Cajucultura na Paraíba, a exemplo de Itaporanga e Pombal, onde produtores rurais discutem a recuperação e ampliação desta cultura, porque vislumbram uma melhoria da renda familiar, tendo em vista o mercado cada vez mais crescente.

Durante a abertura da fase de treinamentos dos técnicos e produtores rurais, o secretário executivo da Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, Bivar Dutra, destacou a força econômica do cajueiro, porque se trata de uma cultura que tem um mercado promissor, sendo muito importante para a geração de renda, mesmo porque em período de seca, cria oportunidades de trabalho. 

Consorciação - Segundo a pesquisadora Ivonete Menino, a produção de caju permite a consorciação com outras culturas na mesma área, sem prejudicar a produtividade, seguindo a orientação técnica. 

Com esse sistema de produção, o produtor rural terá melhor aproveitamento do solo, manutenção e melhoramento das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, além de diminuir a incidência de doenças, pragas e ervas daninhas. Outra vantagem é a redução de solo por erosão e aumento da renda do produtor.

Na agricultura familiar, geralmente são usados em consórcio no cajueiral, as culturas de mandioca, milho, feijão, amendoim, batata-doce, maracujá, abacaxi, urucum e gergelim.

Recomenda-se que o consórcio com o cajueiro anão seja realizado até o terceiro ano após o plantio.

Comentários